Depois de mais de 40 anos de estrada, 31 milhões de discos vendidos e 29 gravados, Milionário, de 71 anos, e Zé Rico, de 67, vivem a expectativa de assinar novo contrato como se fosse o primeiro da vida da dupla. “As gravadoras atualmente são poucas, há muita pirataria”, adverte o mineiro Milionário, que formou duo vocal com o pernambucano Zé Rico antes de a música sertaneja ser sucesso na grande mídia. O fato de a empresa para a qual deverão trabalhar ser ligada a uma grande rede de TV os anima mais ainda. “A junção das duas poderá trazer avanço à nossa carreira”, aposta o cantor, que chega a Belo Horizonte com o amigo para show no Chevrolet Hall, amanhã à noite.
Acompanhados de banda formada por Silvano (sanfona), Jonas (guitarra), Fernando (guitarra e violão), José Roberto (violão base), Edson (baixo) e Hermes (teclados), além de quatro bailarinos, Milionário & Zé Rico prometem rever os sucessos de carreira, oportunidade para resgatar inclusive o próprio rótulo de “gargantas de ouro” do Brasil, graças à timbragem que os levou – quem diria – até a China, na década de 1980, onde fizeram 29 shows. As Américas do Norte (Estados Unidos) e Latina (Argentina e Paraguai) também estiveram na agenda da dupla, cujo autobiográfico longa-metragem Na estrada da vida, de Nelson Pereira dos Santos, deu mais força para os dois levarem adiante a saga sertaneja.
A longevidade da dupla, que no início da década de 1990 chegou a se separar durante quase quatro anos, deve-se, segundo Milionário, à maneira com que conduziram a carreira. O que não pode faltar a uma dupla do gênero? “Humildade e trabalho sincero, com bom rastro”, ensina o mestre. “Nós, por exemplo, já cantamos mais de 100, 200 vezes em uma única cidade”, relata, orgulhoso, Milionário, lembrando que, “ao se plantar semente boa, ela nasce, brota e dá bom fruto.” “Fazer sucesso hoje não é difícil. O difícil é mantê-lo”, acrescenta Zé Rico, que assina pelo menos 60% do repertório da dupla. A origem da inspiração? “Observo muito a natureza para compor”, ensina o cantor e compositor, que, por meio de canções, já homenageou Ayrton Senna (Herói da velocidade) e Ted Vieira, José Fortuna, Teixeirinha, Leandro, João Paulo e Barrerito (Tributo aos amigos), entre outros cantores sertanejos mortos.
ESCOLA
Admirador de duplas jovens como Victor & Leo, Zé Rico diz que há espaço para todos no mercado. “Ainda que haja os que vêm para ficar e os que só querem oba-oba”, critica. “Quando a música é descartável, não passam de seis meses. A canção tem de oferecer sempre alguma coisa”, ensina. Para Milionário, duplas como César Menotti & Fabiano, Victor & Leo e Jorge & Matheus já criaram estilo próprio. “Dizem até que servimos de escola para eles”, conta, orgulhoso, salientando que, a exemplo deles, duplas como Tonico & Tinoco, Tião Carreiro & Capataz e Zico & Zeca trilharam o caminho do sucesso. Adeptos de estilo de vida simples, interiorano, enquanto Milionário vive com a família em uma fazenda em Mogi Mirim (SP), Zé Rico mora em outra, com os seus, em Americana (SP).
AS LIÇÕES DE MINAS GERAIS
Dono da segunda voz da dupla (a primeira é de Zé Rico), o falante Milionário acredita que a origem mineira tenha contribuído para o sucesso ao lado do amigo. “Mineiro é um sertanejo. Tem origem do roceiro, carreiro, humilde, muito simples”, justifica o cantor, admitindo que a música tem penetração maior nesse segmento. “Para ser do mato, o sujeito tem de conhecer do mundo rural. Essa é a origem do sertanejo”, esclarece ele, que nasceu em Monte Santo de Minas.
“A parte musical que uso hoje veio da minha mãe”, conta ele, que, antes de se tornar artista, trabalhou de pedreiro, garçom e pintor de parede. José Rico é natural de São José do Belmonte (PE), mas foi criado na cidade de Terra Rica (PR). A relação da dupla, garantem, é ótima. “Zé é mais fechado, eu sou mais aberto, mais ambientado”, gaba-se Milionário, admitindo que a “parada” da dupla – separada temporariamente nos anos 1990 – foi um descanso. necessário na época para a mudança de empresário. “Paramos, mas nosso nome continuou. Tanto que não deixamos de tocar no rádio, voltamos e ainda estamos no mercado”.
Com média de apresentações superada a cada nova temporada, entre agosto e setembro do ano passado, Milionário & Zé Rico fizeram de 20 a 30 shows/mês. “Este ano está muito bom, temos mais de 30 shows vendidos”, aposta Milionário, lembrando que o único vício da dupla é cantar. Daí o fato de estarem, ambos, bem de vida. “O dinheiro a gente emprega em fazenda e gado, que é o que sabemos fazer,” diz. Pai de cinco filhos, avô de oito netos e de cinco bisnetos, Milionário conta que Marcos, de 39 anos, o filho mais novo de seu primeiro casamento, já forma dupla promissora ao lado de um amigo – Marcos Paulo & Marcelo. “Levam jeito. A dupla é muito boa”, elogia.
Entre os estados pelos quais Milionário & Zé Rico mais passam está Goiás. “O goiano gosta de música sertaneja demais. Eles têm muitos artistas da área, tais como Christian & Ralph, Zezé di Camargo & Luciano, Bruno & Marrone e Amado Batista”, lista Milionário, lembrando que o sucesso de sua dupla se deve, principalmente, ao fato de eles terem adotado o estilo musical dos mariachis, característico do México, que deu certo por aqui. O primeiro disco de Milionário & Zé Rico, gravado na extinta Califórnia, de São Paulo, foi bancado pelo paraguaio João Armando Perrupato, que apostou na dupla. “Ele acreditou na gente”, recorda Milionário, lembrando da passagem de anos pela Warner Music, antes de negociarem o novo contrato com uma grande gravadora brasileira.
GUITARRA
Uma das lembranças que alimentam o baú da dupla foi a gravação de Sonhei com você, quando usaram a guitarra pela primeira vez na música sertaneja, em 1976. “Foi um solo bonito, todo mundo gostou. O maestro chegou a prever polêmica que não houve, ainda que alguns críticos tenham falado mal na época, o que acabou nos ajudando”, recorda Milionário. A viagem à China, em 1986, é outro tema que anima a conversa. Foram 29 shows, em 22 dias de visita ao país. “Fomos com medo mas demos sorte. O filme Na estrada da vida foi exibido com sucesso. “Os chineses acataram o nosso sofrimento”, lembra, salientando que, no período, a China também era um país sofrido.
MILIONÁRIO & ZÉ RICO.
Acompanhados de banda formada por Silvano (sanfona), Jonas (guitarra), Fernando (guitarra e violão), José Roberto (violão base), Edson (baixo) e Hermes (teclados), além de quatro bailarinos, Milionário & Zé Rico prometem rever os sucessos de carreira, oportunidade para resgatar inclusive o próprio rótulo de “gargantas de ouro” do Brasil, graças à timbragem que os levou – quem diria – até a China, na década de 1980, onde fizeram 29 shows. As Américas do Norte (Estados Unidos) e Latina (Argentina e Paraguai) também estiveram na agenda da dupla, cujo autobiográfico longa-metragem Na estrada da vida, de Nelson Pereira dos Santos, deu mais força para os dois levarem adiante a saga sertaneja.
A longevidade da dupla, que no início da década de 1990 chegou a se separar durante quase quatro anos, deve-se, segundo Milionário, à maneira com que conduziram a carreira. O que não pode faltar a uma dupla do gênero? “Humildade e trabalho sincero, com bom rastro”, ensina o mestre. “Nós, por exemplo, já cantamos mais de 100, 200 vezes em uma única cidade”, relata, orgulhoso, Milionário, lembrando que, “ao se plantar semente boa, ela nasce, brota e dá bom fruto.” “Fazer sucesso hoje não é difícil. O difícil é mantê-lo”, acrescenta Zé Rico, que assina pelo menos 60% do repertório da dupla. A origem da inspiração? “Observo muito a natureza para compor”, ensina o cantor e compositor, que, por meio de canções, já homenageou Ayrton Senna (Herói da velocidade) e Ted Vieira, José Fortuna, Teixeirinha, Leandro, João Paulo e Barrerito (Tributo aos amigos), entre outros cantores sertanejos mortos.
ESCOLA
Admirador de duplas jovens como Victor & Leo, Zé Rico diz que há espaço para todos no mercado. “Ainda que haja os que vêm para ficar e os que só querem oba-oba”, critica. “Quando a música é descartável, não passam de seis meses. A canção tem de oferecer sempre alguma coisa”, ensina. Para Milionário, duplas como César Menotti & Fabiano, Victor & Leo e Jorge & Matheus já criaram estilo próprio. “Dizem até que servimos de escola para eles”, conta, orgulhoso, salientando que, a exemplo deles, duplas como Tonico & Tinoco, Tião Carreiro & Capataz e Zico & Zeca trilharam o caminho do sucesso. Adeptos de estilo de vida simples, interiorano, enquanto Milionário vive com a família em uma fazenda em Mogi Mirim (SP), Zé Rico mora em outra, com os seus, em Americana (SP).
AS LIÇÕES DE MINAS GERAIS
Dono da segunda voz da dupla (a primeira é de Zé Rico), o falante Milionário acredita que a origem mineira tenha contribuído para o sucesso ao lado do amigo. “Mineiro é um sertanejo. Tem origem do roceiro, carreiro, humilde, muito simples”, justifica o cantor, admitindo que a música tem penetração maior nesse segmento. “Para ser do mato, o sujeito tem de conhecer do mundo rural. Essa é a origem do sertanejo”, esclarece ele, que nasceu em Monte Santo de Minas.
“A parte musical que uso hoje veio da minha mãe”, conta ele, que, antes de se tornar artista, trabalhou de pedreiro, garçom e pintor de parede. José Rico é natural de São José do Belmonte (PE), mas foi criado na cidade de Terra Rica (PR). A relação da dupla, garantem, é ótima. “Zé é mais fechado, eu sou mais aberto, mais ambientado”, gaba-se Milionário, admitindo que a “parada” da dupla – separada temporariamente nos anos 1990 – foi um descanso. necessário na época para a mudança de empresário. “Paramos, mas nosso nome continuou. Tanto que não deixamos de tocar no rádio, voltamos e ainda estamos no mercado”.
Com média de apresentações superada a cada nova temporada, entre agosto e setembro do ano passado, Milionário & Zé Rico fizeram de 20 a 30 shows/mês. “Este ano está muito bom, temos mais de 30 shows vendidos”, aposta Milionário, lembrando que o único vício da dupla é cantar. Daí o fato de estarem, ambos, bem de vida. “O dinheiro a gente emprega em fazenda e gado, que é o que sabemos fazer,” diz. Pai de cinco filhos, avô de oito netos e de cinco bisnetos, Milionário conta que Marcos, de 39 anos, o filho mais novo de seu primeiro casamento, já forma dupla promissora ao lado de um amigo – Marcos Paulo & Marcelo. “Levam jeito. A dupla é muito boa”, elogia.
Entre os estados pelos quais Milionário & Zé Rico mais passam está Goiás. “O goiano gosta de música sertaneja demais. Eles têm muitos artistas da área, tais como Christian & Ralph, Zezé di Camargo & Luciano, Bruno & Marrone e Amado Batista”, lista Milionário, lembrando que o sucesso de sua dupla se deve, principalmente, ao fato de eles terem adotado o estilo musical dos mariachis, característico do México, que deu certo por aqui. O primeiro disco de Milionário & Zé Rico, gravado na extinta Califórnia, de São Paulo, foi bancado pelo paraguaio João Armando Perrupato, que apostou na dupla. “Ele acreditou na gente”, recorda Milionário, lembrando da passagem de anos pela Warner Music, antes de negociarem o novo contrato com uma grande gravadora brasileira.
GUITARRA
Uma das lembranças que alimentam o baú da dupla foi a gravação de Sonhei com você, quando usaram a guitarra pela primeira vez na música sertaneja, em 1976. “Foi um solo bonito, todo mundo gostou. O maestro chegou a prever polêmica que não houve, ainda que alguns críticos tenham falado mal na época, o que acabou nos ajudando”, recorda Milionário. A viagem à China, em 1986, é outro tema que anima a conversa. Foram 29 shows, em 22 dias de visita ao país. “Fomos com medo mas demos sorte. O filme Na estrada da vida foi exibido com sucesso. “Os chineses acataram o nosso sofrimento”, lembra, salientando que, no período, a China também era um país sofrido.
MILIONÁRIO & ZÉ RICO.
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