O verdadeiro sertanejo traz a marca de Raul
{julho de 2001}
Raul Torres
Ele não inventou a canção sertaneja, mas marcou o gênero para sempre. Da viola de Raul Torres saíram histórias como a da “mula preta, com sete parmo de artura” (Moda da mula preta); do “oiá” da “caboca”, que “pro mór de otro caboclo, meu rancho ela bandonô” (Cabocla Teresa, parceria com João Pacífico); ou ainda da “promessa, pra que Deus mandasse chuva, pra crescer a minha roça e vingar a criação” (Pingo d’água, também com João Pacífico).
Caipira de Botucatu (SP), nascido em 11 de julho de 1906, Raul cresceu ouvindo e cantando moda de viola nas quermesses e festas. Em 1922 tenta a sorte em São Paulo, vira charreteiro na Estação da Luz. Começa cantando música nordestina, entusiasmado com as emboladas do grupo pernambucano Turunas da Mauricéia. Passou por circos, cabarés, teatros, bares, chegou ao rádio em 1927 com repertório de três modas de viola, aprendidas no tempo em que trabalhava na Estrada de Ferro Sorocabana. Na década de 1930 já era o maior estilizador de moda de viola e gêneros nordestinos. Gravou toada, cateretê, jongo. Formou dupla com João Pacífico, Serrinha e Florêncio. Deixou 398 gravações. Reivindicava a autoria da Moda da pinga (”A marvada pinga/ Que me atrapaia/ Aqui mesmo eu bebo/ Aqui mesmo eu caio”), clássico reivindicado por outros tantos sertanejos. Foi-se em julho, no dia seguinte a seu aniversário, em 1970.
Existem poucos originais de Raul Torres em cd. Para mais informações, consulte o site:
www.revivendomusicas.com.br
Lu

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